Essa imagem representa o modelo básico da divisão celular para a formação dos gametas parentais, nos quais se percebe a presença de recombinação gênica, tendo em vista os diferentes gametas formados ao final da divisão meiótica. Apesar de o crossing-over parecer ser um mecanismo simples, no qual os cromossomos simplesmente “cruzam suas perninhas” em pontos específicos (quiasmas) e trocam informações, é importante lembrar que os cromossomos são compostos por DNA, que contém vários genes, com sequências nucleotídicas específicas, perfeitamente posicionadas, e uma pequena alteração em uma dessas bases nitrogenadas pode levar a mutações muito prejudiciais ao organismo. Esse processo precisa ser tão perfeitamente guiado a pronto de formar gametas com código genético funcional.
Nesse contexto, acreditar que processos aleatórios não guiados possam produzir um genoma funcional parece contrariar princípios lógicos. Assim, muito mais coerente e lógico é entender que o genoma deve conter mecanismos biológicos que permitam induzir a variação a partir de dentro, criteriosamente planejados para promover a variabilidade genética funcional: a recombinação gênica.[4]
A recombinação gênica não é acidental
No modelo evolucionário padrão o conceito de alteração não direcionada é fundamental. Logicamente, alterações acidentais em um sistema complexo devem ser consistentemente prejudiciais em algum grau. Os criacionistas apontam isso enfatizando a implausibilidade dos acidentes na explicação da complexidade da vida.[4]
Deus projetou a meiose de uma forma que naturalmente tende a aumentar a diversidade. O processo todo é complexo e conduzido por enzimas específicas, como as endonucleases, por exemplo. Ainda, estudos têm demonstrado que uma variedade de fatores genéticos e epigenéticos influenciam grandemente esse mecanismo de crossing over.
O ponto aqui é que a natureza mutagênica da meiose parece fornecer um mecanismo plausível para induzir esse tipo de variação dentro de um período de criação. A exigência de enzimas específicas e o padrão não aleatório de mudança na recombinação meiótica sugere que ela poderia desempenhar um papel significativo na produção da diversidade genética útil observada.[4]
Conclusão
Biólogos criacionistas reconhecem que a diversidade biológica observada dentro dos tipos criados hoje não pode ser adequadamente explicada pelo simples “embaralhamento” de versões pré-existentes de genes (alelos) e erros “acidentais” que se acumulam dentro do genoma. Os diversos fatores envolvidos na recombinação gênica reforçam grandemente os pressupostos criacionistas de que a variabilidade genética dos seres vivos é mediada por mecanismos complexos e interativos, resultantes de um planejamento minucioso.
Em Gênesis 1, Deus instruiu Suas criaturas recém-criadas a “serem fecundas, multiplicarem-se e preencherem” a terra.
1. Para que eles fossem frutíferos, Deus deu a cada grupo distinto a capacidade de reproduzir uma nova geração do mesmo tipo.
2. Para que eles se multiplicassem, Deus concedeu às criaturas a capacidade de produzir mais de um descendente a cada geração.
3. E para que eles preenchessem, Deus os equipou com a capacidade de expressar variações de traços entre as gerações. Essas variações ajudam os indivíduos não apenas a sobreviver, mas a prosperar em diferentes ambientes.
Dessa forma, os indivíduos de uma geração podem ser menores ou maiores que os de outra geração. A cor da pelagem ou o tamanho, a forma ou o número de barbatanas, escamas, chifres, flores ou folhas também podem ser diferentes. Apesar de todas essas variações, cada geração mantém fielmente os principais atributos de seu tipo, como o plano corporal e os órgãos vitais integrados, mesmo depois das inúmeras gerações que surgiram e se foram nos milhares de anos desde a criação.
Quanto mais estudo, mais me impressiono com o design da vida projetado por Deus. Em Sua infinita sabedoria Ele muniu Suas criaturas com todos os mecanismos biológicos necessários para se adaptar – dentro dos limites de um tipo criado – de maneiras que lhes permitem ser pioneiras e preencher os ambientes, mesmo com as constantes mudanças da Terra. Cada ser vivente fornece inúmeras razões para nos maravilharmos com a genialidade da engenharia do Criador.
(Liziane Nunes Conrad Costa é formada em Ciências Biológicas com ênfase em Biotecnologia [UNIPAR], especialista em Morfofisiologia Animal [UFLA] e mestranda em Biociências e Saúde [UNIOESTE]. É diretora-presidente do Núcleo Cascavelense da SCB [Nuvel-SCB])
Referências:
[1] AMÂNCIO, Mônica Cibele; CALDAS, Ruy de Araujo. Biotecnologia no contexto da Convenção de Diversidade Biológica: análise da implementação do Art. 19 deste Acordo. Editora UFPR: Revista Desenvolvimento e Meio Ambiente, n. 22, p. 125-140, jul./dez. 2010.
[2] GARCIA, Sonia M. Lauer; FERNÁNDEZ, Casimiro G. Embriologia-3. Artmed Editora, p.14,15, 2009.
[3] NUSSBAUM, Robert. Thompson & Thompson genética médica. Elsevier Brasil, 2008.
[4]LIGHTNER, J. K. Meiotic recombination—designed for inducing genomic change. Journal of Creation, v. 27, n. 1, p. 7-10, 2013.
[5] Cole, F., Keeney, S. and Jasin, M., Preaching about the converted: how meiotic gene conversion influences genomic diversity, Annals of the New York Academy of Sciences 1267:95–102, 2012
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http://www.criacionismo.com.br/2012/08/sua-alimentacao-afeta-o-dna-de-seus.html
http://www.criacionismo.com.br/2015/01/pesquisa-desacredita-fusao-de.html
http://www.criacionismo.com.br/2016/11/adao-cromossomial-y.html
http://www.criacionismo.com.br/2017/03/nativos-das-americas-tem-assinatura.html
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